Aconselho-te o Conselho: Fundo Europeu de Solidariedade para a Mobilidade dos Jovens (FSMJ)

6 de dezembro de 2010

Fundo Europeu de Solidariedade para a Mobilidade dos Jovens (FSMJ)

“A mobilidade e a solidariedade andam de mãos dadas, pois a Europa não deve ser apenas encarada como um espaço de desenvolvimento de um mercado livre, incluindo a liberdade de movimentos” (Conselho da Europa e Comissão Europeia, 2003).

Como tal, a 16 de Dezembro de 1994, o Conselho da Europa e a União Internacional dos Caminhos de Ferro criaram um fundo para incentivar a mobilidade dos jovens desfavorecidos na Europa. Este fundo, apelidado de Fundo Europeu de Solidariedade para a Mobilidade dos Jovens, destina-se a cobrir as viagens de comboio de um grupo de participantes presentes em actividades educativas internacionais.

Directrizes:

O fundo é destinado apenas a jovens oriundos de meios desfavorecidos ou de áreas economicamente subdesenvolvidas;
Cobre apenas as viagens de comboio (2ª Classe) de jovens que participam em actividades educativas, e não em viagens turísticas;
Os projectos devem envolver pelo menos dois países e um mínimo de dez pessoas;
O apoio financeiro oferecido pelo Fundo é constituído sob a forma de subsídio, cujo montante é determinado pelo Conselho de Administração, o que significa que os participantes pagam antecipadamente as despesas da viagem;
Por cada cartão “Inter Rail” vendido, 1€ será doado pela União Internacional dos Caminhos de Ferro para o financiamento de projectos que envolvam jovens menos abastados da Europa;
Determinados custos, tais como vistos e seguros, não podem ser incluídos no cálculo da subvenção.

Candidaturas:

As candidaturas deverão ser enviadas pelo menos um mês antes do início do projecto;
O formulário de candidatura deve ser preenchido na íntegra em Inglês ou Francês on-line no site do Fundo Europeu para a Solidariedade e Mobilidade da Juventude;
As informações fornecidas devem dar uma ideia clara da actividade/projecto:

Especificar um tema central;
Indicar as cidades e os países para a realização da actividade;
Mencionar datas de início e término;
Referir o número total de dias (úteis) de trabalho necessários à sua concretização;
Estabelecer objectivos específicos, realistas e mensuráveis para a actividade;
Apresentar, de forma concisa, os principais elementos do programa e da metodologia de trabalho;
Indicar o número de participantes e incluir um breve perfil de cada um, apontando a sua situação especifica de desfavorecidos, a sua faixa etária, os países de residência e os métodos de recrutamento utilizados;
Fornecer informações sobre os membros da equipa que irão acompanhar o grupo de jovens que participam na actividade;
Elaborar uma descrição completa de orçamento do projecto, apresentando o rendimento esperado e as despesas;
Fornecer o endereço de correio electrónico da pessoa responsável pela actividade.

Avaliação/ Resultados:

No final de cada projecto deve ser dada a oportunidade aos participantes de avaliar a sua experiência e conhecimentos, comparando o resultado final com os objectivos iniciais definidos no programa.
Em 2007, o Fundo de Solidariedade para a Mobilidade da Juventude apoiou 26 projectos de jovens.

Grupo EUROPA

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Porquê aconselhar-te o Conselho?

Ao longo destes cinco semestres em Animação Sociocultural foram inúmeras as vezes em que concluímos que, mais do que a escola e a educação formal, a vida e as vivências e experiências que nos oferece, paralelamente aos ensinamentos que daí decorrem, constituem uma etapa fulcral na formação e evolução do indivíduo. Educar é ter em atenção os ritmos, a diversidade, a ligação do indivíduo à comunidade e, por isso, o acto de educar não deve estar confinado à oferta das instituições educativas formais. (...) A educação deve estar vinculada à vida e comprometida com o desenvolvimento global do ser humano (...)(Lopes, 2008. p. 395. in A Animação Sociocultural em Portugal ). A escola ensina e explica a importância dos “Direitos Humanos”, os professores discutem sobre a cidadania e respectiva relevância na nossa sociedade, mas é a viver, a observar e a sentir que realmente aprendemos. Como defende Lopes (2008), revela-se fundamental a partilha de saberes entre a educação formal e não formal, a interacção com o outro, o aprender fazendo, a valorização da diferença (Lopes, 2008. p. 396).

Ora, embora numa escala muito superior e num contexto geográfico bastante mais alargado, não deixou de ser precisamente pela valorização da diversidade e sensibilização para a complexidade das relações (entre povos) que o Centro Norte Sul do Conselho da Europa foi criado em Maio de 1990. Transmissor de valores e princípios defendidos no Conselho da Europa, os seus objectivos cruzam-se ao patrocinar a defesa dos “Direitos Humanos” e promover tanto uma democracia pluralista quanto a coesão social, principalmente através do diálogo com o Mediterrâneo e com África, de forma a facilitar processos de transição democrática. De carácter intergovernamental, pretende inaugurar e fortalecer instituições para jovens e criar plataformas de diálogo entre parceiros Norte/Sul. Além disso, no presente semestre em que os movimentos migratórios constituem o centro da maioria dos debates ocorridos em sala de aula, torna-se ainda importante referir que tais fenómenos representam também um dos principais alvos de destaque do Centro Europeu para a Interdependência Global e a Solidariedade, nomeadamente o papel do migrante enquanto responsável por importantes remessas para o país de origem e personagem de destaque na valorização do diálogo intercultural (intrínseco à troca de experiências, saberes e valores culturais distintos).

E, a quem mais diriam respeito tais temáticas senão a nós, futuros animadores socioculturais, profissionais vocacionados para agir em espaços onde impera a diversidade e se afigura constantemente a procura de respostas a problemáticas ligadas a dificuldades de partilha entre identidades culturais distintas e costumes dotados de especificidades? Espaços sedentos de uma intervenção intercultural que divulgue o aprender a viver juntos, no diálogo e na interacção com o outros de uma forma activa e comprometida com o desenvolvimento humano, na promoção da participação comprometida rumo à autonomia, no pluralismo, na tolerância, na solidariedade (...)(Lopes, 2008. p. 424. in A Animação Sociocultural em Portugal)

Porquê aconselhar-te o Conselho? Porque, além de facultar aos alunos de animação sociocultural informações cruciais no que concerne à natureza, missão e impacto mundial do trabalho realizado pelo Centro Norte Sul do Conselho da Europa, representa um momento de reflexão único durante este nosso percurso de formandos na área da animação sociocultural em geral e da educação global em particular (da qual faz parte integrante a promoção da interculturalidade), e porque ainda tem a pretensão de se assumir como uma ferramenta única a consultar em projectos futuros.